Ferramentas de IA do Google promete gerenciar campanhas automaticamente: mudança divide opiniões

Tempo de leitura: 4 minutos

Ferramentas de IA do Google prometem passar a automatizar campanhas. Profissionais de marketing temem perder rastreabilidade e controle das mudanças.

O Google está iniciando uma mudança significativa no uso de inteligência artificial. Agora, suas ferramentas de IA passarão a gerenciar campanhas publicitárias de forma autônoma.

Durante o evento Google Marketing Live, essa novidade gerou debates intensos. Anunciantes expressaram preocupações sobre a perda de controle humano sobre suas estratégias.

Com três novos agentes inteligentes, o Google promete agilidade e eficiência. Mas é importante entender o que muda e o que ainda está em discussão.

As novas ferramentas de IA do Google

O Google apresentou três agentes autônomos: o Especialista em Anúncios do Agentic, o Especialista em Dados do Analytics e o Consultor de Marketing via Chrome. Cada um com funções distintas, mas com o mesmo foco: automação.

O Especialista em Anúncios pode alterar campanhas ativamente, criando grupos, adicionando palavras-chave, corrigindo problemas e gerando relatórios sem precisar de autorização prévia.

o Especialista em Dados promete facilitar a leitura de insights no Google Analytics, mesmo para quem não domina análise de dados.

Por fim, o Consultor de Marketing via Chrome vai permitir gestão em múltiplas plataformas. Ele é capaz de instalar etiquetas, analisar sazonalidades e diagnosticar problemas em diferentes sistemas.

Preocupações com a transparência e rastreamento

Durante o evento, muitos anunciantes demonstraram receio. A principal dúvida: como rastrear as mudanças feitas pela IA? Segundo os executivos, ainda não está claro como essas alterações aparecerão no histórico das contas.

Para agências e marcas, registros claros são essenciais. Sem isso, fica difícil apresentar relatórios e justificar escolhas.

Há também uma preocupação quanto à direção do suporte: haverá acesso humano ou tudo será automatizado? Os representantes do Google garantem que o suporte tradicional continuará disponível.

Rotulagem de conteúdo e autenticidade

Uma das críticas recorrentes é a forma como o Google identifica (ou não) os conteúdos criados por suas ferramentas de IA. Enquanto outras plataformas optam por rotular claramente os elementos gerados por inteligência artificial, o Google utiliza marcações em metadados e a tecnologia SynthID para esse fim.

Segundo Melissa Hsieh Nikolic, diretora do YouTube Ads, “no momento, não estamos rotulando os anúncios com nenhum tipo de identificação visível”. Isso gera incerteza quanto à autenticidade do conteúdo veiculado.

A diferença na abordagem deixa os anunciantes com mais dúvidas do que respostas, principalmente quando a reputação da marca está em jogo.

Ganhos de performance: dados e contexto

Apesar das dúvidas, os resultados apresentados impressionaram. Anúncios com imagens geradas por IA mostraram aumento de 20% no ROI. O uso dessas ferramentas cresceu 2.500% em um ano, indicando uma forte adesão.

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Além disso, o Google informou estar desenvolvendo uma nova API criativa generativa. Isso pode impactar ferramentas de terceiros e mudar o fluxo de trabalho em agências.

Para o Google, a justificativa é clara: profissionais de marketing gastam mais de 10 horas semanais produzindo conteúdo visual. A IA resolve esse gargalo.

As equipes de marketing devem considerar como essas mudanças afetarão seus processos, principalmente os sistemas de automação e relatórios personalizados.

Com tanto poder concentrado nas ferramentas de IA, a preocupação é que as marcas percam controle sobre sua identidade e desempenho.

ferramentas de IA

Como os profissionais devem se preparar para a nova fase da automação?

Com a introdução dessas ferramentas, é recomendável que os anunciantes adotem algumas práticas:

1. Criar regras internas para mudanças automatizadas

Organizações devem estabelecer políticas que determinem quando e como a IA pode alterar campanhas.

2. Manter fluxos de aprovação adaptados

As estruturas de validação de campanhas devem ser revistas para incluir etapas que considerem modificações não humanas.

3. Documentar mudanças manualmente

Caso a plataforma não ofereça clareza, será necessário manter registros paralelos das intervenções feitas por IA.

4. Questionar sobre rastreamento antes de usar novas ferramentas

Profissionais devem buscar respostas específicas sobre como os sistemas registram e exibem suas ações.

5. Avaliar os impactos da nova API

A API criativa generativa pode exigir atualizações nas integrações com sistemas internos e plataformas de terceiros.

Ferramentas de IA e o futuro da publicidade digital

A entrada agressiva das ferramentas de IA do Google no gerenciamento de campanhas é um sinal claro de que o futuro da publicidade caminhará para mais automação. Resta saber se as marcas conseguirão manter o controle e a identidade em um ecossistema cada vez mais mediado por algoritmos.

O debate está lançado: mais produtividade ou menos visibilidade sobre o que está sendo feito? A resposta será moldada pela forma como os profissionais se adaptarem a esse novo cenário.

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